Crônicas da atualidade e de uma época remota que se remonta na realidade em formas de fatos históricos e literário com o toque da poesia. APÓS A LEITURA - CLIQUE NO LINK NO FINAL: - POSTAGENS MAIS ANTIGAS

A tua força

Certa vez, fui procurado por uma mulher que dizia:
-- Meu marido não para mais em casa. Toda noite ele sai. Não consigo viver assim...
- Senti de imediato, uma iluminação que impedia que eu visse a beleza de uma mulher, mas a necessidade de tranqüilidade de um ser humano. O que eu havia aprendido com um poeta eu disse para ela: Tira dele toda a força que ele ficará fraco para sair para procurar lá fora. Ela olhou para mim assustada e disse:
- O que? Como assim? Tirar a força?
- Eu disse: - Claro! O homem precisa de “força” para a conexão. Sem isso ele é um fraco e abatido. Já a mulher não, pois mesmo indisposta ou sem vontade ela pode usar o que a natureza fez para o uso conjugal. Sabendo que, ele é dela e ela é dele; foi determinado pelo Criador; já que você crê nEle! Mesmo o pessoal da evolução sabe disso... Ela riu!
– Ela disse: - Cara, você é o máximo! Poderia até se aproveitar da situação. Entendi mesmo cara, eu não havia pensado nisso!
- Depois, ela apareceu e disse: - Garoto! Isso dá certo mesmo... Funciona!
Nunca mais a vi, mas cumpri o meu dever. Aprendi com o poeta Rei Salomão: “Não dês às mulheres a tua força...”. (Provérbios)
Comunhão de bens literários

    Margarida de Gregório Latina, uma escritora simples, da roça. Tinha os textos em um caderno. Um dia, seu Morgado Latina resolveu fazer uma faxina em casa e, jogou tudo no lixo. O caderno de Marga foi junto. Acabou os "escritos".
    Ratino, um menino catador de papeis, encontrou o caderno e começou a ler. Gostou muito. Entendeu toda a expressão secundária, conotativa, subjetiva. Metáfora, metonímia, sinédoque, catacrese e antonomásia. Tudo acerca de palavra no sentido secundário. Encontrou na parte de construção, elipse, zeugma, assíndeto, pleonasmo, polissíndeto, hipérbato, anacoluto e silepse. Concordância implícita em gênero, número e pessoa, bem como, aliteração. Na parte de pensamento, ele, o Ratino, encontrou ambigüidade, barbarismo, cacofonia, estrangeirismo, colisão, eco, obscuridade, pleonasmo e solecismo. Na versificação, a métrica, o ritmo e a rima. Um catador de papeis que era um escritor suprimido pela sociedade objetiva.
    Ratino não conhecia Marga. Então resolveu publicar os seus escritos, ampliando alguns itens, de acordo com o seu estilo e padrão. Digo estilo literário, se adequando ao padrão determinado pela inspiração Ratínica.
    Marga conhece Ratino e disse que, não poderia afirmar a autoria dos seus escritos. Surgiu uma luz na consciência de Ratino: - a verdade com a sabedoria.
– Ele, então foi ao encontro de Marga e perguntou: - Você está sem namorado?  
- Ela disse: - Sim! Alguém me deu a você por quem me inspirou e a você também! Se você me quiser, vai ter que, enquanto a vida estiver em mim e em você, terá que permanecer.
– Ele disse: - Oh! Marga querida, você tirou uma peso da minha consciência. Fez-me ver a solução. Agora somos um e os escritos são nossos!
   Comunhão de bens literários com discrição foi a solução. Perder, achar e encontrar

QUE LINDA!

Vejo-te além da cobertura;
em um vale, em um jardim
aprazível e cheio de ternura!
Visível a tez alva sem fim.
Preenche toda estrutura
de sua bela escultura,
Preparada, muito bem elaborada
Para se tornar a minha contemplada;
Como a minha Eva sonhada!

Em abraços de um enlaço
de uma jornada até à alvorada,
Está o meu ardor e fervor nesse espaço;
Percorrendo e vivendo nessa jornada,
Durante o dia em solemos momentos,
Bem como, à noite até a madrugada;
Esplêndida, promovendo e vertendo
O teor do fervor dos meus contentamentos!

Só me resta sonhar com quem não posso ter para amar e viver.
Isso já me satisfaz; bem sei que não sou capaz.
Sonhar de te amar é flutuar no ar e olhar o mar.
As ondas são os movimentos do amor;
que nos enleva ao frescor do resplendor!

Relaxa e deixa acontecer; porque, algo vai fluir e fruir em você!

Engarrafamentos


Bastião comprou uma Belina e resolveu passear com a família num fim de semana. Dona Caçula, sua esposa, vestiu um longo azul, com um rachadinho discreto. Ele, Bastião, Colocou um paletó preto, gravata vermelha com uma calça jeans, meias verde e sapatos marrom; seus filhinhos, Juliana e Gerson, a menina com vestido estampadinho e sapatinho preto; o menino de roupinha social. Partiu do bairro “Saúde”, da cidade do Rio de Janeiro para Niterói.
 Na Av. Francisco Bicalho, em frente à Estação da Leopoldina, o carro tem o acelerador agarrado. Dispara. Bastião o coloca em ponto-morto. Freia e puxa o freio-de-mão.  O carro começa a pegar fogo. Bastião apanha o extintor, apaga por fora e embaixo, mas na hora de abrir o capô, não consegue.
- Alguém grita: - desliga o cabo da bateria!
- Bastião – como? A chave não abre!
– Então a família corre ficando mais distante.
- Alguém grita: - vai explodir!
– Bastião foi puxado para longe por alguém.  - Explodiu! Foi embora a Belina de bastião. Mas, não ficou assim. Os fragmentos atingiram o carro de um rico.
– O rico disse: - Não foi Nada! O seguro paga. Não! O seguro está vencido, você vai ter de pagar o prejuízo.
- Bastião morava de aluguel, num quarto, no bairro “Saúde”. Mas tinha uma casa em aluguel, em Alcântara, na cidade de São Gonçalo. Foi a solução. Vendeu a casa para pagar o prejuízo no carro do rico.  
– Dona Caçula reclamou: - Bastião, você não pensa na família, arranjou esse carro velho pra que?
– Bastião: - Foi uma fatalidade mulher!
– Dona Caçula: - E as crianças, como ficam?   
- Pois é, como Bastião têm muitos por aí. Causando os “engarrafamentos” nas ruas e nos lares.

Sopa de cascas de batatas


Dona Leonor plantava favas ao redor da cerca de arame do seu quintal. Havia também as ervas nativas, como bertalha, serralha, almeirão, jurubeba, taioba e outras plantadas. Bastava comprar meio quilo de arroz, feijão, farinha e algumas gramas de banha de porco. Comprava cem gramas de café, meio quilo de açúcar cristal para alguns dias e diariamente dois pães pequenos. Dona Leonor nunca tomou sopa de cascas de batatas. Tomava sopa de fubá com bertalha, temperada com alho, cebola, colorau e sal. De vez em quando, fazia uma sopa de legumes com as ervas do quintal e macarrão. Cantava enquanto costurava para fora, a fim de, conseguir o que o seu quintal não produzia. Andava vestida com vestido comprido, de um pano chamado chita... Dona Leonor viveu e morreu, sobrevivendo assim.
 Existiu outra Leonor que trabalhava numa associação de nível internacional, que não gostava de viajar de avião. Viajava de carro com um motorista, durante dias, ao passo que, se fosse de avião, viajaria uma hora e meia.
                Dona Albertina ficou sem dinheiro para a comida e as ervas estavam escassas, então, foi diante dos muros das casas dos ricos e dos bares que faziam “fritas”, apanhou cascas de batatas, nos baldes e as que estavam caídas pelo chão. Maristela, uma jornalista, viu e sentiu a necessidade de fazer uma matéria. Buscando a oportunidade de ajudar aquela anciã, Perguntou:
- Senhora, por que está recolhendo essas cascas de batatas?
– Dona Albertina disse: - É para fazer sopa, minha filha!
– Maristela perguntou: - A senhora não tem aposentadoria?  
- Dona Albertina respondeu: - Minha filha, isso não dá pra quase nada! Já até acabou e faltam doze dias para eu receber.
– Maristela perguntou: - A senhora não tem filhos?
– Respondeu dona Albertina: - Tenho sim! Está no estrangeiro, nos Estados Unidos.
- Maristela: - Ele não escreve pra senhora?
– Dona Albertina: - Escreve todo mês! Manda figurinhas para mim. Quer ver?
– Maristela: - Dona! Isso são dólares! A senhora está rica.
- Fazia anos que seu filho havia partido, mas, todo o mês, mandava muitos dólares, ele era bem sucedido.
Existem as Leonores da vida; mas, o que seriam das Albertinas sem as Maristelas.

Esperando um filho


    Uma vez, viajava alguém para uma cidade muito distante, em um trem, onde todos os vagões já estavam lotados. Havia uma senhora com um neto, sentados, bem instalados. Olhando sempre pela janela, estava o menino, apreciando as despedidas dos amigos e parentes dos passageiros... De súbito, foi interpelado pela vovó que dizia: -filhinho, de o lugar a esta moça, ela está esperando um filho. - Imediatamente, o menino obedeceu e, assim recebeu alguns afagos, daquela bela jovem senhora.
   O trem, ainda ficou quinze minutos na estação, desde que o menino cedeu o seu lugar à jovem gestante. A partir daí, o impertinente menino, não cessava de olhar para o corredor, quando de repente, o trem começa a embalar e vai partindo ao destino. Então, o menino balança o ombro da referida moça e diz:
— Dona, se o seu filho não chegou até agora, ele não vem mais. Eu quero o meu lugar.
- Todos esperam por seus filhos. O da gestante estava para chegar, não da forma que o menino interpretara.

Uma cobra e o Jorginho


    Um dia, o Jorginho estava numa depressão do solo, num lugar coberto por arbustos que produzem quixabas. Essas frutinhas eram colhidas em uma canequinha para serem lavadas e consumidas. Num dado momento, ele depara com uma cobra que deslizava em sua direção. Então, num gesto de coragem e fé em Deus, Jorginho apontou a sua mão direita para o animal e o repreendeu:
- Vai embora!
- Incrível! O animal obedeceu à ordem e retornou...